A Natureza é bela e a vida, uma benção!!!
RitazitaO nosso poeta Augusto Gil (1873-1929) é o autor da Balada da Neve que me foi relembrada pela tua postagem. Diz assim:BALADA DA NEVEBatem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim.É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho...Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza.Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... – Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu!Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho...Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança...E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!...Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!...E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza – e cai no meu coração.É bonita, a balada. Espero que gostes. Se já a conhecias, desculpa.Espero ver-te - minha querida (per)seguidora - a postar cumentários, com o lá na Travessa. Valeu?Qjs
Silvana,obrigada pela visita.Te visitarei também!!!Beijinho,Ritinha
AntunesMuito linda, a poesia.E não a conhecia. Obrigada!E obrigada pela sua visita. Volte sempre que possível.Beijinho,Ritinha
Ritazita
ResponderExcluirO nosso poeta Augusto Gil (1873-1929) é o autor da
Balada da Neve que me foi relembrada pela tua postagem. Diz assim:
BALADA DA NEVE
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.
É bonita, a balada. Espero que gostes. Se já a conhecias, desculpa.
Espero ver-te - minha querida (per)seguidora - a postar cumentários, com o lá na Travessa. Valeu?
Qjs
Silvana,
ResponderExcluirobrigada pela visita.
Te visitarei também!!!
Beijinho,
Ritinha
Antunes
ResponderExcluirMuito linda, a poesia.
E não a conhecia. Obrigada!
E obrigada pela sua visita. Volte sempre que possível.
Beijinho,
Ritinha