sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Claridade


imagem - internet

3 comentários:

  1. Ritazita

    O nosso poeta Augusto Gil (1873-1929) é o autor da
    Balada da Neve que me foi relembrada pela tua postagem. Diz assim:

    BALADA DA NEVE

    Batem leve, levemente,
    como quem chama por mim.
    Será chuva? Será gente?
    Gente não é, certamente
    e a chuva não bate assim.

    É talvez a ventania:
    mas há pouco, há poucochinho,
    nem uma agulha bulia
    na quieta melancolia
    dos pinheiros do caminho...

    Quem bate, assim, levemente,
    com tão estranha leveza,
    que mal se ouve, mal se sente?
    Não é chuva, nem é gente,
    nem é vento com certeza.

    Fui ver. A neve caía
    do azul cinzento do céu,
    branca e leve, branca e fria...
    – Há quanto tempo a não via!
    E que saudades, Deus meu!

    Olho-a através da vidraça.
    Pôs tudo da cor do linho.
    Passa gente e, quando passa,
    os passos imprime e traça
    na brancura do caminho...

    Fico olhando esses sinais
    da pobre gente que avança,
    e noto, por entre os mais,
    os traços miniaturais
    duns pezitos de criança...

    E descalcinhos, doridos...
    a neve deixa inda vê-los,
    primeiro, bem definidos,
    depois, em sulcos compridos,
    porque não podia erguê-los!...

    Que quem já é pecador
    sofra tormentos, enfim!
    Mas as crianças, Senhor,
    porque lhes dais tanta dor?!...
    Porque padecem assim?!...

    E uma infinita tristeza,
    uma funda turbação
    entra em mim, fica em mim presa.
    Cai neve na Natureza
    – e cai no meu coração.

    É bonita, a balada. Espero que gostes. Se já a conhecias, desculpa.

    Espero ver-te - minha querida (per)seguidora - a postar cumentários, com o lá na Travessa. Valeu?

    Qjs

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  2. Silvana,

    obrigada pela visita.
    Te visitarei também!!!

    Beijinho,
    Ritinha

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  3. Antunes

    Muito linda, a poesia.
    E não a conhecia. Obrigada!

    E obrigada pela sua visita. Volte sempre que possível.

    Beijinho,
    Ritinha

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